31.5.12

Conhecer Brendan Rodgers, o novo treinador do Liverpool, pescado um dia por José Mourinho

O convite do Liverpool chegou há duas semanas e Brendan Rodgers recusou a oferta. Estava bem no Swansea - clube que já foi treinado por Paulo Sousa - e deixou-se estar. Até hoje. Hoje o convite foi aceite. Brendan Rodgers é o novo manager do Liverpool. Tal como aconteceu com Andrea Stramaccioni, uma lesão acabou prematuramente com a carreira de Rodgers. O departamento médico detectou um problema genético num joelho e não havia nada a fazer. O jovem jogador da Irlanda do Norte pendurou as chuteiras com apenas 20 anos. Tinha acabado de ser transferido do Ballymena United para o Reading e por lá ficou, com outra missão, junto dos escalões de formação, até assumir anos mais tarde a pasta do departamento. Saiu para o Chelsea, a convite de José Mourinho, e assumiu a liderança da equipa de reservas dos blues. Em 2008 foi chamado para manager do Watford, tendo levado com ele Frank Lampard Senior, a título de consultor para o futebol. Ficou um ano e regressou ao Reading como líder. A seguir foi para o Swansea, de onde saiu hoje para o Liverpool, aos 39 anos.
fonte: BBCSports, Guardian.co.uk

30.5.12

Stramaccioni depois da primavera

Há 18 anos o treinador do Inter de Milão tinha 18 anos, fazia parte do plantel do Bolonha, era defesa, era ainda jogador de futebol. Não o foi durante muito mais tempo, porque uma lesão grave no joelho acabou com a carreira de um futebolista que tinha acabado de chegar à idade de tirar a carta.
Com 36 anos, já no último mês de março, no dia 26, Andrea Stramaccioni baixou o olhar para a mesa da sala de imprensa de Appiano Gentile, adoptou uma postura adulta perante mais uma criancice de Mário Balotelli, avançado do Manchester City, que interrompeu a apresentação do novo treinador do Inter, apenas para dizer "ciao, sono qua".
Dias depois da apresentação, Andrea Stramaccioni, ainda não tinha uma página na Wikipédia. Chegou ao topo antes de ter chegado à internet. O que de certa forma, é especial.
Fora da rede, trabalhou nas camadas jovens da Roma e do Inter, a categoria primavera, como em Itália chamam ao escalão imediatamente anterior aos vinte anos, destinado ao jogadores da mesma idade que Andrea tinha quando acabou para o futebol.
O tempo encarregou-se de relativizar o verbo acabar.

fonte: goal.com

24.5.12

O primeiro romance de Amalfitano sem Roberto Bolaño

O professor Amalfitano tem direito a um capítulo inteiro, que também pode ser entendido como um livro, em 2666 e volta a ser "convocado" por Roberto Bolaño noutras obras.
Há um outro Amalfitano que joga à bola na segunda divisão francesa, no Reims, e que acaba de ser contratado pelo Newcastle, da primeira liga inglesa. Romain Amalfitano vai ter o seu romance pessoal de verão aos 22 anos. Deverá o acordo à literatura das chuteiras, que é o que se exige aos médios ofensivos. Aqui não há Roberto Bolaño para guiar a história, o que se lamenta, o que se lamenta.

22.5.12

A técnica primitiva de Didier Droga e a Torre Eiffel

Didier Droga teve de partir muita pedra até chegar ao momento em que se encontrou a onze metros da baliza de Manuel Nuer. Chutou com o melhor pé, o direito, e partiu finalmente o jogo entre vencedores e vencidos. Ganhou a Liga dos Campeões. Chegou ao topo da sua montanha particular.

O caminho começou a ser feito quando o tio de Didier emigrou para Paris. Anos mais tarde, numa visita a Abidjan, o tio reparou que o sobrinho era melhor do que todos os outros vizinhos no futebol de rua. Decidiu levar o pequeno Didier para França, mas a aventura não correu bem e o miúdo regressou à Costa do Marfim. A crise no país agudizou a situação paupérrima da família. Os Drogba partiram para França sem posses, apenas com um contacto familiar.
Com 18 anos, Didier foi jogar para o amadores do Levallois. A equipa perdeu um defesa direito, mas o mundo começava ganhar um ponta-de-lança. A montanha passou por Le Mans e carreira acelerou para Guimgamp, Marselha e finalmente, Londres, no Chelsea.
Levallois é uma pequena cidade francesa, promulgada por Napoleão em 1886. Nesse mesmo ano, Gustav Eiffel instalou lá os ateliers onde foram construídas todas as peças da Torre Eiffel.
Levallois é também o nome de uma técnica que os arqueólogos deram a uma forma específica de partir pedra no paleolítico. E Levallois é de onde partiu o futebol de Didier Drogba.

Melhor do que Messi e Ronaldo, só mesmo Abraham Huguet

As coisas que acontecem na terra natal de Salvador Dalí (Figueres, Girona, Catalunha). O clube de futebol Marca de L'Ham deixou de existir e regressou à competição na quarta divisão catalã. Esta equipa amadora acabou de garantir a subida à terceira e o seu ponta de lança, Abraham Huguet, marcou duas vezes no jogo do "ascenso" e chegou aos 50 golos. Como ainda faltam duas jornadas para o fim do campeonato, o recorde de Lionel Messi talvez tenha os dias contados.
Na página pessoal no Facebook, Abraham Huguet, de 27 anos, aparece vestido com um camisola do Barcelona e tem um recém-nascido ao colo também já equipado com a camisola blaugrana. Dalí pintaria um belo quadro com esta história.


fonte: azurame.net; jornal Sport

19.5.12

Quem és tu Ryan Bertrand?

O onze incial do Chelsea na final de Munique, que começa em menos de hora, tem lá o nome Bertrand. Este Bertand,sem ter feito ainda um minuto na Champions, foi aitrado para a titularidade por Roberto Di Matteo.
O nome é Ryan Bertrand, é defesa esquerdo, mas vai jogar a  médio em casa do Bayern de Munique. Tem 22 anos e tem noventa minutos para mostrar ao mundo o que é que passou pela cabeça do treinador italiano.Fez dois ou três joguitos na Premier League e na Taça da Liga Inglesa. Surpresa.

18.5.12

Há precisamente um ano, em Dublin

A emissão de rádio em directo da Antena 1 no hotel Gresham ocupou as auroras dos últimos dias nas mesinhas redondas que ficam mais próximas dos janelões com vista para a O´Connel Street. Até ao meio-dia, ainda se pode passar de carro por ali, mas depois já não, porque a Rainha de Inglaterra só vai à Irlanda quando o rei faz anos e o dia foi este.
No futebol, duas equipas portuguesas numa final europeia, só mesmo quando rei faz anos, e que melhor dia para isso acontecer do que neste dia. A primeira emissão em directo do dia a partir de Dublin terminou por volta das dez da manhã, quando as televisões estavam a descer dos quartos para o pequeno-almoço, que tomámos em conjunto, SIC e Antena 1.
No quarteirão seguinte, e virando à esquerda, porgtugueses com a camisola do Porto e portugueses com a camisola do Braga passam pela estátua de James Joyce com se não estivesse ali ninguém, ele também não vem nos livros sobre futebol. As gentes de Dublin vão-se agrupando para ver passar a rainha.
À noite, reina o futebol num estádio da federação irlandesa de rugby.  O Lansdowme Road, que haveria de  ficar muito bem nas costas do Sean Penn no filme "Este é o meu lugar", tem uma taça para Portugal, a taça pesa 15 quilos, pesados com uma cabeça no couro e com uma bola na rede. Um golo, história, um troféu, há precisamente um ano.

Os homens não se medem pelo tamanho do nome

Logo à noite faz onze anos que o Boavista foi campeão nacional. Os microfones e os gravadores foram para o Bessa logo pela manhã. O Porto não sabia o que era festejar a preto e branco e Portugal também não. O título chegou com três bolas metidas na baliza do Desportivo das Aves. A seguir ao champanhe, os campeões foram para o autocarro. os jornalistas tinham ordem para entrar, mas teriam de sair quando chegasse a hora de partir para a avenida. E a hora chegou. Veio um segurança para conferir que já não havia mais nenhum microfone a bordo. O segurança verificou e mandou sair um dos últimos, o da TSF. O repórter encolheu os ombros ao perceber que ia perder o furo. O Petit também compreendeu. E disse: "ele não vai a lado nenhum. É meu primo e pode ficar". Foi assim que o microfone andou em directo durante toda a viagem, a falar com todos os jogadores, treinadores e dirigentes. Tínhamos todos a ilusão de que aquele momento se poderia repetir nos anos seguintes, mas o futuro tinha outros planos. Ainda hoje não consigo compreender como é que se perdeu aquele autocarro.
A gratidão pela boleia do Petit, essa é eterna. E ele sabe disso.

17.5.12

Os calções de azuis de Capdevilla

Joan Capdevilla jogou durante sete anos no Deportivo da Corunha, mas não é desses calções azuis que vamos falar. Nem dos calções azuis dos dois anos de Espanhol e uma época de Atlético de Madrid. Nem dos calções azuis da selecção de Espanha. Os calções azuis que nos trazem aqui, são os calções azuis do FC do Porto.

No dia 28 de Abril de 2011, o Villareal chegou intervalo a ganhar por um a zero ao FC do Porto no estádio do Dragão. Capdevilla passou toda a primeria parte do banco de suplentes e continuou sentado ao longo do segundo tempo, no banco mais distante da baliza onde Falcao marcou quatro dos cinco golos com que o FC do Porto arrancou para a final de Dublin. Falcao trouxe a bola para o túnel e conseguiu escapar à troca de camisolas no relvado no fim do jogo. A um minuto do directo para o flash-interview, Capdevilla pediu a camisola número nove azul e branca. Falcao ficou a olhar para a própria camisola e o Capdevilla, que entendeu o sofrimento do colombiano, resolveu a situação pedindo os calções. Uma atitude de campeão da europa e do mundo.
Depois da entrevista em cuecas, Falcao foi oferecer a camisola ao defesa catalão.