22.5.12

A técnica primitiva de Didier Droga e a Torre Eiffel

Didier Droga teve de partir muita pedra até chegar ao momento em que se encontrou a onze metros da baliza de Manuel Nuer. Chutou com o melhor pé, o direito, e partiu finalmente o jogo entre vencedores e vencidos. Ganhou a Liga dos Campeões. Chegou ao topo da sua montanha particular.

O caminho começou a ser feito quando o tio de Didier emigrou para Paris. Anos mais tarde, numa visita a Abidjan, o tio reparou que o sobrinho era melhor do que todos os outros vizinhos no futebol de rua. Decidiu levar o pequeno Didier para França, mas a aventura não correu bem e o miúdo regressou à Costa do Marfim. A crise no país agudizou a situação paupérrima da família. Os Drogba partiram para França sem posses, apenas com um contacto familiar.
Com 18 anos, Didier foi jogar para o amadores do Levallois. A equipa perdeu um defesa direito, mas o mundo começava ganhar um ponta-de-lança. A montanha passou por Le Mans e carreira acelerou para Guimgamp, Marselha e finalmente, Londres, no Chelsea.
Levallois é uma pequena cidade francesa, promulgada por Napoleão em 1886. Nesse mesmo ano, Gustav Eiffel instalou lá os ateliers onde foram construídas todas as peças da Torre Eiffel.
Levallois é também o nome de uma técnica que os arqueólogos deram a uma forma específica de partir pedra no paleolítico. E Levallois é de onde partiu o futebol de Didier Drogba.

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